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Foto do escritorCaio Beck

Tutoria entre Iguais (Peer Tutoring)


Definição do método


Faz tempo que as pesquisas em psicologia educacional sustentam que, para que uma informação seja memorizada, compreendida e relacionada com conhecimentos prévios, os alunos adultos devem realizar algum tipo de estruturação cognitiva ou elaboração do próprio material que será utilizado. Pensando nisso, autores como Ehly, Larsen, Wiegmann, Danserear e Patterson desenvolveram um conceito chamado Tutoria entre Iguais, ou também conhecido como Tutoria entre Pares.


Já imaginou você como educador, entrar em uma sala de aula e pedir para que seus alunos aprendam entre eles? Apontar para uma dupla e dizer:


“Maria e João, peço que vocês leiam o capítulo 2 e utilizem o restante da aula para debater sobre o conteúdo. Maria, você será responsável por ensinar o João, e amanhã, vamos para o capítulo 3, e então o João será o professor dessa dupla”.

Podemos definir a Tutoria entre Iguais como um sistema de instrução constituído por uma dupla, em que um dos alunos ensina o outro a solucionar um problema, completar uma tarefa, aprender uma estratégia, dominar um procedimento, etc., dentro de uma situação interativa organizada pelo educador.


Tutoria entre Iguais (Peer Tutoring)
Tutoria entre Iguais (Peer Tutoring)

A Tutoria entre Iguais (Peer Tutoring, em inglês) também pode ser considerada uma técnica eficaz de aprendizagem colaborativa, pois se consegue, com ela, uma grande interdependência e responsabilidade entre a dupla de alunos. A diferença entre este método e as duplas guiadas é que nestas, os participantes são iguais em relação à tarefa, nenhum deles sendo especialista, como ocorre na tutoria.



Aplicação do método


A tutoria entre iguais constitui uma situação de ensino-aprendizagem entre dois, em que estão presentes, entre outras condutas, ações de ajuda, apoio e guia. Implica uma relação assimétrica, pois um dos componentes da dupla coordena a atividade. É o aluno que possui maiores conhecimentos, capacidades e habilidades em relação ao objetivo que se precisa alcançar, que assume o papel de ‘professor’.


Surge aí uma pergunta interessante: O aluno que está assumindo o papel de ensinar o outro colega também acaba aprendendo? Sim, uma pesquisa feita em 1992 apontou que os alunos que assumem o papel de educador durante a atividade se sentiam mais líderes, mais protagonistas da interação, e isso os motiva a aprender o material. Os autores Bargh e Schul (1980) comprovaram que, quando os alunos estudavam um determinado material, com uma atitude de ensinar posteriormente a outros alunos, com a maior eficácia possível, pontuaram mais alto em uma série de perguntas sobre o texto aprendido que os alunos que estudaram ‘para si mesmos’.


Os progressos que o tutor consegue no rendimento acadêmico justificam-se por ser envolvimento e responsabilidade em relação à aprendizagem do outro, obrigando-o a dedicar tempo e a controlar o conteúdo, tarefa ou problema específico, a construir um marco de conhecimentos e a ser consciente de suas próprias lacunas.


A atitude e o senso de responsabilidade educativa por parte do tutor determinam a eficácia da tutoria. A chave da tutoria entre iguais não se encontra só em desempenhar um papel ou outro (educador e aprendiz), mas em envolver-se ativamente nele e na atitude que é desenvolvida.


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Para referenciar o artigo, utilizar:

Beck, C. (2017). Tutoria entre Iguais: Peer Tutoring. Andragogia Brasil. Disponível em: https://andragogiabrasil.com.br/tutoria-entre-iguais/

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