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Rotação por Estações de Aprendizagem

Hoje escrevo sobre um modelo de ensino/aprendizagem que tem sido muito comentado, principalmente com a popularização do Ensino Híbrido ou Blended Learning. A metodologia de Rotação por Estações de Aprendizagem já está presente em várias instituições de ensino no Brasil e apresenta ótimos resultados em sua aplicação.


Para que você entenda a sua aplicabilidade, farei um breve resumo de como funciona:

Como já abordamos em outros artigos, um educador de adultos precisa relacionar a teoria com a prática e fazer com que seus ensinamentos tenham um início, meio e fim. Para atrair e envolver os aprendizes, os mesmos serão divididos em grupos e é criado uma espécie de “circuito” na sala de aula, onde contém 3 estações.


Em cada uma das estações acontece uma atividade diferente. No modelo andragógico, defendemos a aplicação de imediato do conhecimento e o compartilhamento de experiências, portanto na Rotação por Estações de Aprendizagem, não seria diferente, pois as estações podem ser divididas da seguinte forma:


PRIMEIRA ESTAÇÃO DE APRENDIZAGEM


Na primeira estação é onde os grupos passam pela Estação do Conhecimento, momento este em que o educador orienta o grupo, tira dúvidas e propõe desafios para a equipe. Caso a turma seja grande, cada equipe poderá assumir um desafio diferente.


SEGUNDA ESTAÇÃO DE APRENDIZAGEM


Na próxima estação, que chamamos de Estação da Pesquisa, os alunos deverão trabalhar o desafio proposto pelo educador, utilizando a tecnologia (mecanismos de buscas, mídias sociais, fóruns, websites, etc) e chegar em um resultado. Se necessário, o educador já pode deixar preparado alguns desafios online, adaptado a cada equipe.


TERCEIRA ESTAÇÃO DE APRENDIZAGEM


Na terceira e última estação, chamada de Estação do Compartilhamento, a equipe irá promover um debate, elaborar dinâmicas e atividades práticas, a fim de disseminar o conhecimento adquirido nas demais estações. O objetivo é que elas compartilhem com as demais equipes aquilo que adquiriram de conhecimento e experiência, os dados e informações encontradas durante a pesquisa e como foi a resolução do problema.


É interessante que seja estipulado um tempo para a permanência em cada uma das estações e que o grupos não sejam compostos por mais de 5 alunos. Quando o educador trabalha com grupos pequenos, tem a possibilidade de lidar com as diferentes necessidades individuais dos alunos e realmente envolvê-los no assunto com base no conhecimento prévio, suas experiências e profundidade de compreensão.


A vantagem dessa metodologia é que pode ser aplicada em qualquer curso, em qualquer nível de ensino, tanto que muitas instituições já perceberam a diferença no resultado da aprendizagem. É o caso da escola americana KIPP LA (Los Angeles), e das escolas da rede dos Ginásios Experimentais Cariocas (Rio de Janeiro), que trazem aulas de matemática e ciências com rotações.


Quando as instituições passaram a usar esse modelo de aprendizagem, haviam apenas 2 estações, que chamavam de “Face-to-face teaching” e “digital learning“, que atendia o objetivo principal. Com o passar dos tempos, o valor da colaboração entre os alunos aumentou, surgiu a Estação do Compartilhamento, a qual considero a mais importante nesse processo de aprendizagem, pois é onde os alunos fixam seus conhecimentos ao compartilhar e ensinar o próximo.


É importante salientar que nada impede que você crie mais do que três estações, porém sempre tenha o cuidado de fazer com que os grupos sejam orientados, façam suas pesquisas e compartilhem com os demais colegas os resultados. Esse processo de aprendizagem é semelhante ao Flipped Classroom e Deeper Learning, métodos já abordados em outros momentos.


Caso você queira buscar mais informações, basta utilizar os mecanismos de buscas. Recomendo que faça uma pesquisa da Rotação por Estações de Aprendizagem em inglês, buscando por “Station Rotation Model“, pois encontrará ótimas referências sobre o assunto. No Youtube você também encontra alguns vídeos sobre o tema, sempre vinculados a prática de Blended Learning.

 

Para referenciar o artigo, utilizar:

Beck, C. (2017). Rotação por Estações de Aprendizagem. Andragogia Brasil. Disponível em: https://andragogiabrasil.com.br/rotacao-por-estacoes-de-aprendizagem/

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