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Professores pelo Mundo (França)

  • Postado por Caio Beck
  • Categorias Notícias
  • Date fevereiro 13, 2017
  • Comentários 6 comentários

Vamos para a segunda edição de nossa série sobre a educação ao redor do mundo. No primeiro artigo da série falamos sobre os professores da Finlândia. Não leu? Corre lá. Hoje falaremos sobre os Professores pelo Mundo (França), para que possamos conhecer mais uma realidade e quem sabe nos inspirar em bons exemplos.

Nesse artigo vamos falar sobre os professores de ensino superior na França, um país que recebe muitos brasileiros. O Ministério das Relações Exteriores estima que dos mais de 2 milhões de brasileiros que atualmente residem no exterior, cerca de 60.000 viveriam na França. Bastante, não?

Antes de falar dos professores na França, vou ilustrar como funciona o ensino francês e as instituições de ensino superior:

A primeira universidade francesa foi criada em Paris em 1200, ou seja, séculos antes do Brasil ser ‘descoberto’, já haviam professores universitários por lá. Em 2011, havia cerca de 100 universidades na França, um número pequeno, mas que faz jus ao tamanho do país e ao número de estudantes (há cerca de 1,5 milhões universitários na França).

As universidades são instituições públicas, administradas de forma democráticas, e beneficiando certa autonomia. Os ensinos são acessíveis a todas pessoas titulares do baccalauréat (criado por Napoleão Bonaparte em 1808). É através do baccalauréat, ou le bac (como é conhecido) que os estudantes chegam até o ensino superior. No Brasil, temos o Enem, advanced level no Reino Unido, o bachillerato na Espanha, o abitur na Alemanha e por aí vai.

Os estudos universitários clássicos resultam na licence (graduação), após três anos de estudo, no master (mestrado), dois anos após a licence e no doctorat (doutorado), três anos após o master. Comparando com o Brasil, nos graduamos em 4 ou 5 anos, pós-graduados em 2 anos, nos tornamos mestres em outros 2 anos e em mais 4, nos tornamos doutores. Em resumo, um doutor brasileiro estuda uma média de 5 anos a mais do que o francês (comparativo simples e bobo, mas que nos faz refletir na eficiência do ensino #qualidadeXquantidade).

Além das universidades, existem também as Grandes Ecoles e as escolas especializadas, que acolhem um número mais restrito de alunos. O processo de seleção é mais rígido e as formações são voltadas ao âmbito profissional: engenharia, arquitetura, artes, administração, tecnologia, etc.

Particularmente, pesquisei muito sobre a Ecole 42, uma instituição que defende a Heutagogia (autoaprendizado). Após uma palestra do professor Vanderlei Martinianos, que fazia parte da equipe de orientadores desta escola francesa, passei a ler sobre eles e recomendo para qualquer um que queira conhecer formas diferentes de ensino. Lá, assim como na unidade que abriram no Vale do Silício, não existem professores em sala de aula, nem livros, muito menos cobram mensalidades. Os aprendizes compartilham experiências e muitas vezes ‘acampam’ em qualquer canto, uma vez que o ambiente funciona 24h por dia.

Voltando a falar dos professores, existem 3 níveis acadêmicos, sendo o primeiro o instrutor de ensino (attaché temporaire d’enseignement), que não tem estabilidade no emprego e tem seu contrato renovado por no máximo três anos. Esse educador não tem que ter doutorado, mas tem que estar a no máximo a um ano da obtenção do título.

Pensando em uma hierarquia, acima do instrutor de ensino vêm os enseignants-chercheurs (professores-pesquisadores) que dão aulas e desenvolvem atividades de pesquisa. Você pode ser um professor associado (maître de conférences), ou um professor pleno (professeurs des universités), ambos com estabilidade no emprego.

Estas duas últimas categorias comportam três subníveis cada uma, e você passa de um subnível para o subnível seguinte por um critério misto de mérito e ‘tempo de casa’. No entanto, não se passa de professor associado a professor pleno sem prestar um novo concurso. É como passar por um novo processo de admissão na carreira, muito embora você continue ligado à mesma universidade ou instituição.

Falando em salários, há 10 anos atrás os professores já recebiam no mínimo um salário de 1800 euros (R$ 6.000,00), de acordo com o Relatório Schwartz. De acordo com a pesquisa, muitos educadores de ensino superior ganhavam na época em torno de 3700 euros, ou um pouco mais de 12,4 mil reais. É um salário bom? Claro. Ainda mais que estamos falando de 10 anos atrás, quando a pesquisa foi feita.

Por curiosidade e para me atualizar, coloquei no Google: ‘maître de conférences salaire 2016’ e encontrei muitos sites com tabelas onde dizem que o professor universitário recebe de 2500 a 5000 euros (quase 17 mil reais). Deixando a questão se isso é muito ou não, os professores ainda recebem muitos bônus e premiações das universidades, que incentivam as pesquisas em vários campos.

Só para se ter uma ideia, um prêmio pelas melhores pesquisas de 2011/2012 foi de 1.245 euros. A França incentiva seus educadores a pesquisarem (é claro que fora do horário de trabalho, enquanto não aplicam aulas) e apenas para ressaltar, um bônus para pesquisa a nível de doutorado, era em torno de 6,5 mil euros.

Números, números e mais números. Poderíamos ficar aqui trazendo vários valores, para mostrar que sim, o professor é valorizado. Não somente pelo salário, mas como também pela sua carga de trabalho (mínimo de 192 horas-aula por ano, sendo que cada hora-aula corresponde a 4,2 horas de serviço público).

Fato importante é que esse professor não gastou 60 mil reais em um mestrado, nem 100 mil em um doutorado como acontece no Brasil. Lembre-se que as universidades francesas são todas públicas: o governo francês assume a maior parte do custo do ensino (cerca de 10.000€ por ano por estudante), mantendo as taxas de inscrição em um patamar dos mais baixos do mundo (184€/ano para Licence, 256€/ano para Master e 391€/ano para Doctorat).

Agora, nenhum valor supera isso:

“A faculdade, professores e investigadores gozam de independência total e  completa liberdade de expressão no exercício das suas funções de pesquisa, ensino e com as reservas que lhes são impostas, de acordo com as tradições acadêmicas e as disposições deste código, os princípios da tolerância e da objetividade.”

Pois é, meus amigos. essa frase está no artigo L. 952-2 do Código de Educação da França. Enquanto ‘engessamos’ nossos professores, ‘metendo guela a baixo’ um plano de aula, um modelo de ensino tradicional do século XIX, nos deparamos com realidades como essa. Quem dera, se nossos educadores tivessem a liberdade de aplicar novas metodologias no ensino superior, poder mudar a forma de avaliação e serem reconhecidos pelas suas pesquisas. Seria lindo! 🙂

Ser professor na França não significa receber um dos 10 maiores salários do mundo (em Luxemburgo, país que faz divisa com a França, o salário do professor de ensino fundamental ultrapassa os 100 mil dólares por ano). Também não significa ter carga horária baixa, como é na Finlândia, mas pelos depoimentos que encontrei e contatos com professores e alunos que estiveram na França, é uma profissão valorizada.

Duas universidades de destaque, que disputam lugares entre as 100 melhores do mundo são: Université Pierre-et-Marie-Curie e Université Paris-Sud.

Se gostou desse modelo de artigo, compartilhe em suas redes sociais. A ideia é criar o próximo artigo sobre professores no Canadá e nos Estados Unidos.

E se você conhece algum educador nesses países, pode enviar o contato para que possamos bater um papo antes da publicação. 🙂


– Beck, C. (2016). Professores pelo Mundo: França. Andragogia Brasil. Disponível em: https://andragogiabrasil.com.br/professores-pelo-mundo-franca/

Tag:andragogia, aprendizagem, école 42, educadores, ensino de adultos, frança educação, paris educação, professor na frança, professores frança, professores pelo mundo

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Caio Beck

Educador, palestrante e consultor em Andragogia (educação de adultos), com mais de 10 anos de experiência em formação de adultos.

Formação Acadêmica: é licenciado em Administração de Empresas, especialista em Formação de Professores, Master em Educação, MBA em Gestão de Negócios e Doutor em Ciência da Educação pela Universidade do Minho (Portugal).

Profissional referência nos conceitos andragógicos, idealizador do portal e autor de mais de 100 artigos sobre o tema.

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    6 Comentários

  1. Sueli
    abril 11, 2019
    Responder

    Excelente pesquisa!! Muito bom saber que as universidades não são privatizadas. Parabéns

    • Caio Beck
      abril 12, 2019
      Responder

      Olá Sueli! Muito obrigado.

  2. Eduardo
    abril 15, 2019
    Responder

    Boa reportagem. Só uma pequena correção/atualização. Temos mestrado e doutorado gratuito, no país. Não é necessário gastar na pós, quando as públicas as tem (por enquanto). Óbvio, há limites de vagas, mas que é possível, é. Contudo, com as atuais restrições impostas, e as que ainda virão, a pesquisa no país tende a cair abaixo do mínimo esperado. Bem como as universidades públicas e sua autonomia.

  3. Ramon Dias Vieira
    junho 27, 2020
    Responder

    Bom dia! excelente trabalho.. Parabens.. Eu sou professor de musica e estou querendo ir dar aula na França

    • Caio Beck
      julho 12, 2020
      Responder

      Olá, Ramon. Que bacana saber que pretende ir para a França! Quando chegar lá, nos conte como está sendo a experiência. Sucesso pra ti!

  4. Hellen Valléria
    julho 19, 2021
    Responder

    Olá! Onde posso obter mais informações sobre políticas públicas de recursos humanos na educação da França?

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