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Andragogia no ambiente acadêmico

A Andragogia no ambiente acadêmico busca fazer com que os alunos adultos voltem ao processo contínuo de aprendizagem, estimulando cada indivíduo a aprender, fazendo com que estes compreendam a prática do conteúdo estudado. Para que isso funcione, o adulto precisa saber o que está estudando, para que está estudando e como isso irá lhe favorecer em ambientes além do acadêmico (social, profissional, cultural, etc).


Caso você seja novo por aqui, saiba que a Andragogia é considerada como uma arte/ciência de aprender sobre os adultos e utilizar os melhores métodos para ensiná-los. Com essa proposta de ensino, desenvolvida há séculos, é possível seguir novos caminhos e estratégias de aprendizagem no ambiente acadêmico e obter ótimos resultados.


O educador que segue uma metodologia tradicional de ensino possui a responsabilidade de decidir o que vai ser aprendido (conteúdo), como será aprendido (didática), quando será aprendido (cronograma curricular), e qual a didática será utilizada. A questão é que isso irá variar de acordo com cada turma e dependerá principalmente de quem são os aprendizes e quais suas experiências sobre o conteúdo a ser abordado.


Enquanto a pedagogia tradicional, quando aplicada em adultos, deixa o estudante submisso e dependente das instruções do professor, pois entende-se que os alunos precisam saber em sala de aula apenas o que esta figura educadora ensina, a Andragogia dá liberdade para que o processo de aprendizagem parta tanto do educador, como dos aprendizes que possuem experiências significativas e que pode somar no desenvolver de um conteúdo.


A essência da Andragogia é a experiência e que por muitas vezes é deixada de lado por educadores nas instituições de ensino. Quantas vezes presenciamos situações onde o professor utiliza apenas suas próprias experiências (acadêmicas, pessoais e profissionais) e se quer busca saber o que seus alunos já sabem sobre o tema, o que já vivenciaram, quais seus objetivos e curiosidades sobre o conteúdo. O aluno, quando adulto, não quer estar em uma sala de aula e ouvir, passivamente, uma apresentação tediosa de um determinado assunto, com exemplos e cases que na visão dele, não se aplica a sua realidade.


O aluno adulto precisa experimentar a sensação de que cada conhecimento fará diferença e mudará efetivamente sua vida, mesmo que não seja aplicado naquele momento. O educador precisa proporcionar ao aluno adulto motivações internas para atingir um objetivo, a curto, médio ou longo prazo. Assim que o aprendiz relacionar um conteúdo proposto, com um objetivo, seja uma promoção profissional, uma satisfação pessoal, ou até mesmo para compartilhar em seus meios sociais, o interesse será despertado.


Em sua fase adulta, uma pessoa já vivenciou inúmeras situações que renderam experiências, tanto pessoais, sociais, políticas, culturais, como profissionais, portanto, espera-se que ela tenha facilidades para compreender determinados assuntos, assim como dificuldades em outros. O interesse do adulto é despertado quando um conteúdo é relacionado com alguma experiência do seu dia-a-dia, que já tenha vivido em seu ambiente de convívio (casa, trabalho, comunidade) ou em alguma atividade que tenha lhe despertado curiosidade.


Sendo assim, se a instituição de ensino distanciar a teoria ensinada da realidade a qual o aluno adulto está inserido, não despertará o interesse e as rendimentos serão abaixo do esperado. Ao identificar as experiências do aluno adulto e os seus conceitos sobre um determinado tema, o educador pode utilizar desses conhecimentos para agregar nas práticas educacionais, em conjunto com várias ferramentas como Flipped Classroom, Deeper Learning, Peer Tutoring, Aprendizagem Vivencial, Aprendizagem Baseada em Problemas, Rotação por Estações de Aprendizagem, dentre várias outras.


O resultado que se espera ao aplicar os conceitos andragógicos é que cada aluno adulto aprenda por igual, que não seja deixado para trás, e que possa compartilhar suas experiências com os demais colegas e colaborar com o processo de ensino-aprendizagem. Quando o educador percebe que a melhor ferramenta didática são os próprios alunos, as aulas de ensino superior são melhores aproveitadas, com maior interesse dos aprendizes, pelo fato de fugir do modelo tradicional (top-down) de ensino.


Andragogia no ambiente acadêmico
Andragogia no ambiente acadêmico

A comunicação horizontal faz mais sentido para aqueles que estão em sala de aula, mas que trazem pré-conceitos formados sobre o que está sendo proposto. O aluno adulto não busca apenas informações e conhecimentos, ele quer saber onde e como aplicar, se só há essa forma e vai além, se o conceito não der certo para sua realidade, ele quer saber qual é o outro que pode utilizar como substituto. Quando se ensina algo para o adulto, ele quer saber se aquilo é realmente necessário para a sua realidade.


Você está disposto a conhecer seus aprendizes e aplicar a Andragogia no ambiente acadêmico? Passará a ver cada aluno de forma individual, valorizando suas experiências, seus objetivos e o propósito de estarem em uma sala de aula? Buscará formas (ferramentas, técnicas, métodos, etc) para envolver seus alunos e relacionar a teoria aplicada com a realidade em que estes estão inseridos? Se sim, seja bem-vindo(a) ao mundo da Andragogia.

 

Para referenciar o artigo, utilizar:

– Beck, C. (2018). Andragogia no ambiente acadêmico. Andragogia Brasil. Disponível em: https://andragogiabrasil.com.br/andragogia-no-ambiente-academico/


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