top of page
Foto do escritorCaio Beck

Professor, quero ser inteligente.

Em sala de aula, o aprendiz adulto está consciente da realidade a qual ele está inserido, conhece os desafios e sabe que para superá-los precisa desenvolver competências. Nunca ouvi um adulto me falar em voz alta: Professor, quero ser inteligente mas entendo que todos que ali estão, ‘cobiçam’ a inteligência. Sendo assim, te pergunto: Professor, você faz com que seus alunos saiam mais inteligentes da sala de aula?


Quando nos tornamos adultos, experimentamos mudanças em nosso interior, que na maioria das vezes, envolve perder ilusões que durante a infância e a adolescência foram benevolentes a respeito da realidade. Nos tornamos “gente grande” e passamos a dar valor ao entendimento de coisas que pareciam não nos importar em outra época.


Todo ser adulto já sofreu e sentiu a dor da falta de inteligência. Seja ao errar num cálculo, não saber sobre um determinado período histórico, ou até mesmo, por não encontrar uma solução que as teorias e conceitos lhe trariam. Quando falo em inteligência, esqueça aquela pessoa nerds, que se dedica exclusivamente aos estudos, usa óculos e lidera a pontuação de qualquer concurso público. Vamos falar da inteligência que todos temos e buscamos aprimorar.


De acordo com Gardner (Teoria das Inteligências Múltiplas), “há pessoas não inteligentes para algumas coisas, mas muito capacitadas para outras”, então nesse artigo consideremos a inteligência como “saber fazer algo”, ou simplesmente, “entender/compreender como se faz”. O que nossos alunos buscam em sala de aula? Saber administrar, saber negociar, saber operar um paciente, saber advogar, saber comunicar, etc.


Se formos buscar o significado da palavra inteligência, iremos por esse caminho: do latim intelligentia, de intelligere, que significa discernir, compreender, entender”. 


Analisando a etimologia de inteligência fica mais fácil de entender que os alunos quando perguntam algo ao educador, só querem se tornar mais inteligentes. Quando estudam para uma avaliação ou trabalho, quando prestam atenção na aula, quando participam de atividades, é em busca da inteligência, de compreender/entender um conteúdo/conhecimento que lhes faltava.


Portanto, quando um aluno deixa a sala de aula sem compreender algo que foi explicado, entendemos que ele deixou de desenvolver a sua inteligência. É isso que queremos? É óbvio que não. O mundo ao nosso redor exige que saibamos novas coisas a todo momento. O saber usar a tecnologia, é um exemplo clássico de querer uma inteligência específica.


Acredito que temos uma necessidade natural de querer a inteligência, de desejar poder aprender e vou mais além, gostamos de demonstrar que somos inteligentes. Me diga um adulto que não se orgulha de seus saberes. Seja um pai ao ensinar seu filho sobre trigonometria, um professor compartilhando uma fórmula complexa, um gestor de equipes compartilhando sobre liderança ou até mesmo você, que ontem ou na semana interior ensinou algo a alguém.


Se pudéssemos, olharíamos no espelho e com o peito estufado falaríamos algo como: Puxa, que pessoa inteligente! Sabe cozinhar e dirige como ninguém! Que mente criativa! Nossa, aprendi isso quando era muito novo! Li esse livro em apenas 3 dias! Meu Deus, que orgulho de mim, esse trabalho ficou excelente!


Educador, permita que seus alunos saiam mais inteligentes da sala de aula. Gere reflexões, incentive o compartilhamento de experiências e busque valorizar as inteligências que estão sendo buscadas. Tenha como missão, assim que iniciar a aula, desenvolver inteligências. É isso que seus aprendizes estão buscando.


“A ciência é orgulhosa pelo muito que aprendeu. A sabedoria é humilde porque não sabe mais.” William Cowper
 

Para referenciar o artigo, utilizar:

Beck, C. (2018). Professor, quero ser inteligente. Andragogia Brasil. Disponível em: https://andragogiabrasil.com.br/professor-quero-ser-inteligente/

bottom of page