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Metodologias Ativas: Conceito e Aplicação

O termo Metodologias Ativas ainda é novo, porém muito discutido no meio educacional. Muitos professores, instrutores e consultores afirmam utilizar as MA´s em suas formações. Faz todo sentido que estejamos buscando um método para aplicar nossos saberes, afinal, o ‘como ensinar’ sempre foi um grande desafio para os profissionais da área, instituições de ensino e pesquisadores.



O que são Metodologias Ativas?
O que são Metodologias Ativas?


Um método no contexto de educação, define um conjunto lógico de ações, com o propósito de desenvolver nos alunos a capacidade de aprender novas competências. Podemos encarar as metodologias ativas como um modo consciente para alcançar um fim definido: a ‘transmissão de um novo saber’, por exemplo.


A Aprendizagem Ativa


Por curiosidade, a Aprendizagem Ativa é estudada desde a década de 90, por autores como Bonwell, Eison, Barnes e tantos outros, que defendem um ambiente adequado, formas de interações e diferentes estratégias de ensino/aprendizagem. Perceba que as palavras utilizadas estão todas no plural, assim como Metodologia. S


Para ativar e envolver, é preciso, antes de tudo, motivar cada indivíduo, dialogar, explorar as histórias de vida, incentivar as experiências e atender as necessidades de cada um deles. Não seja ingênuo(a), achando que ao propor uma atividade ‘dinâmica’, onde os alunos se levantam e estão todos sorrindo, eles estarão ‘ativados’ e envolvidos. O foco das metodologias ativas é efetivar o aprendizado, e não ‘balançar o esqueleto’. Uma reflexão bem feita, vale mais do que a soma de muitas técnicas.


Exemplos de Metodologias Ativas


Muitas pessoas confundem, achando que Metodologias Ativas é um única técnica. Sala de Aula Invertida pode se tornar uma das metodologias ativas, assim como a Aprendizagem Profunda, Tutoria entre Pares, Técnica de Perguntas, Gamificação, PBL, Storytelling, Estudos de Casos, Action Maze, Philipps 6/6, Incidente Crítico, 70:20:10, dentre outras.


Perceba que todas as técnicas citadas acima podem ser parte de um método ativo, assim como, de um método passivo. Se o educador não souber ativar seus alunos, sua aula será demonstrativa, expositiva, que até então, não há mal algum, é apenas uma outra abordagem, com resultados distintos de aprendizagem.


A gamificação, por exemplo, está em alta, em diversos cursos, projetos empresariais, muito utilizada na formação em programação, etc. Acontece que se o formador não apresentar uma proposta que ative o interesse dos seus alunos, será apenas ‘mais um jogo’, e não uma das metodologias ativas. Da mesma forma acontece com toda e qualquer ferramenta, que não coloca o aluno como personagem principal e valoriza suas individualidades.


Metodologia Ativa - Sala de Aula Invertida
Metodologia Ativa - Sala de Aula Invertida

A Sala de Aula Invertida é utilizada por muitos educadores de forma passiva, acredite nisso. Quando, numa primeira etapa, você envia um material para que os alunos leiam e não apresenta um desafio ou propósito, você não está ativando. Nem mesmo, quando na sala de aula, sua apresentação é ‘top-down’, com exemplos que não fazem sentido a eles, onde o personagem principal é você (educador), isso segue não ativando. A ferramenta também apresenta um terceiro momento, o ‘pós-aula’, e se você exigir que os alunos debatam num fórum e que validem o que aprenderam, pois será aplicada uma prova, isso está longe de ser um método ativo.


O Surgimento do Conceito de Metodologias Ativas


A proposta de educação que ativa e envolve os aprendizes é antiga, o conceito é que surgiu recentemente. Freire, Dewey, Knowles, Rogers, Vygotsky não citam o termo, mas defendiam a aplicação de tais princípios. Se formos mais longe ainda, a filosofia socrática (século V a.C) já buscava ativar os ouvintes através de um método interrogativo. Ou seja, se fossemos buscar um ‘idealizador’, teríamos que voltar milênios na história da educação.


As metodologias ativas estão muito relacionadas com a postura do educador, da forma de avaliação e de como são valorizadas as experiências prévias dos participantes. Acontece que nas últimas décadas é que passamos a utilizar o termo, como uma forma de conceitualizar uma prática antiga de orientar crianças, adolescentes e adultos, dentro e fora da sala de aula.


Os Princípios das Metodologias Ativas


Por fim, uma metodologia ativa é baseada em alguns princípios, como a personalização da aprendizagem. Não existe uma ‘receita de bolo’ ou um formato único de aplicação, pois a técnica é aplicada para os indivíduos que compõem aquela turma específica, e que pelas suas necessidades e interesses, buscam conhecimentos e habilidades que façam sentido para suas vidas. Portanto, busque apresentar desafios com problemas reais, podendo ser em pares ou em grupos, desde que cada atividade proposta faça sentido para aqueles que participam.


Quando o aluno é ‘ativado’, ele fará parte do processo de ensino-aprendizagem e não se importará de ser desafiado, seja por perguntas, dinâmicas ou um jogo digital. Permita que o aluno apresente suas opiniões e ideias, que faça perguntas e que compartilhe as dúvidas, assim como os saberes prévios. Quando um aluno compartilha uma dificuldade que teve num ambiente profissional, por exemplo, isso significa que ele está envolvido e querendo uma solução.


As metodologias ativas, antes de técnicas, são propostas que provocam o próprio educador. Se você não está disposto a ouvir, comunicar-se na horizontal, respeitar a individualidade e envolver através de atividades que façam sentido aos alunos (e não a você), não existirá método ativo que te sirva.


Se você quer saber mais sobre as técnicas que se enquadram nas Metodologias Ativas, sugerimos o Curso de Técnicas e Ferramentas Andragógicas disponível em nossa plataforma de cursos EAD.

 

Para referenciar o artigo, utilizar:

Beck, C. (2018). Metodologias Ativas: conceito e aplicação. Andragogia Brasil. Disponível em: https://andragogiabrasil.com.br/metodologias-ativas/


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