Olá, querido(a) educador(a). Você daria uma aula no Metaverso?
No momento em que está em contato com este texto, você está utilizando de um aparelho tecnológico para se conectar à Internet e consequentemente, acessar o nosso Blog para fazer a sua leitura. Isso é um ‘clássico’ da tecnologia, que nos dias atuais, é uma atitude quase banalizada, ou em outras palavras, que “qualquer um sabe fazer." E, assim como tudo, esse modelo de avanço tecnológico também tem se transformado e evoluído, de maneira rápida e notável.
O Metaverso
O debate da vez, é o crescimento de uma nova forma de enxergar a tecnologia e as suas possibilidades. Um meio (relativamente novo) de explorar o ambiente de conexão (e das conexões) virtuais: O Metaverso.
Este artigo traz à tona uma temática que conduz as nossas ideias e reflexões quase que em totalidade para o futuro da educação. É claro que não apenas dela, mas como esse é o nosso interesse em comum, vamos manter nela, o nosso foco. Para iniciar a nossa reflexão e gerar provocações a respeito da pergunta que lhe fiz no início do artigo, trago o significado do termo e algumas de suas definições mais recorrentes.
“Metaverso é a terminologia utilizada para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais.” Wikipédia
“O metaverso pode ser definido como uma rede de mundos virtuais, que tenta replicar a realidade, com foco na conexão social.” Mattheus Goto
“O metaverso é um conjunto de ambientes virtuais onde a gente vai interagir, socializar, criar, estudar, trabalhar, consumir e se divertir.” John Paul Hempel
Para complemento (e curiosidade) o termo metaverso foi cunhado pela primeira vez na obra Nevasca, de Neal Stephenson, lançada em 1992. Portanto, a ideia pode ser ‘recém estreante’ no mercado, mas a formulação do seu conceito, nem tanto.
A partir das definições acima e da ideia de 'recriação do real', dentro dos dispositivos eletrônicos, podemos considerar que o metaverso tem como o principal objetivo, levar para o ambiente virtual, todas (ou a maioria) das atividades, práticas e relações que desenvolvemos em nosso cotidiano.
A grande diferença, portanto, é a imersão completa dentro de um ‘novo mundo.’ Onde, seguindo a lógica dos seus princípios e como mencionado pelo professor Paul Hempel na citação anterior, também estudaríamos/estudaremos.
O Metaverso e a Educação
Posso considerar que 'ainda é cedo' para lhe perguntar se a partir destas definições, você conseguiu responder à provocação do título. Portanto, reforço para que continue a pensar.
Você, educador(a) de adultos, daria aula no Metaverso?
Caso ainda não tenha chegado em uma resposta, continuo a escrever para que possamos, além de refletir, acompanhar as mudanças que a educação poderá sofrer com esse conceito e analisar alguns dos depoimentos de professores que de alguma forma, entraram em contato com o assunto abordado. Acompanhe:
No âmbito das instituições de Ensino Superior, o metaverso promete “revolucionar o aprendizado” transformando o conteúdo em uma experiência imersiva e que rompe com os limites da sala de aula. (já leu isto antes?) O metaverso na educação promete criar experiências de aprendizado imersivas, coletivas e compartilhadas.
Em outras palavras, alunos e professores podem se encontrar no espaço virtual, independentemente de sua localização na vida real. Ou seja, as aulas poderão ocorrer de maneira assíncrona, síncrona ou de ambas as maneiras. Inclusive, a FGI (Faculdade de Gestão e Inovação) se destaca no país, ao lançar a 1ª graduação do mundo com aulas no metaverso.
“O primeiro curso de graduação do mundo no metaverso será o de Administração de Empresas, com duração de 4 anos e diploma reconhecido pelo MEC.” IstoÉ.
Com relação aos professores, estes terão acesso e poderão acompanhar em tempo ‘real’ as interações dos alunos, o que facilitará o diagnóstico e o acompanhamento do processo de aprendizagem. Para a realidade da educação de adultos, este é um princípio secundário, considerando a autonomia e a capacidade do adulto de gerir o seu próprio processo de aprendizagem.
Apesar disto, a figura de um facilitador, ainda que dentro do metaverso, continua se fazendo necessária. Considerando que para grande parte dos educadores, as novas tecnologias e as noções ‘imersivas’ em um mundo completamente digital, pode causar receio, é preciso um trabalho intensivo de formação, além de um diálogo que esclareça exatamente quais são as expectativas e o que muda (ou não) caso essa realidade supere o conceito atual de educação e sala de aula que conhecemos.
Toda essa conceituação e a iminência de uma (re)aprendizagem tecnológica, nos remete ao momento pandêmico vivido nos últimos anos de 2020 a 2022 e a emergente demanda da educação a distância durante todo esse período. A necessidade de atualização e domínio de ferramentas digitais de ensino e metodologias ativas por parte dos professores, é um dos inúmeros exemplos de que, seja no atual modelo de educação ou no metaverso, a formação continuada é essencial.
É preciso, enquanto educador(a), ter em mente que:
As tendências que permeiam as inovações tecnológicas não regridem.
Pelo contrário, continuará crescente o surgimento de novas ferramentas e consequentemente, a necessidade de adaptação e mudança do professor para surfar junto à 'onda' do metaverso. Sendo assim, querido(a) educador(a), sugiro que volte a refletir à provocação inicial e comece a considerar as possibilidades para mediar aulas e interações educativas no metaverso.
Me despeço, deixando mais uma 'ponta solta' para que você dê nó, utilizando as palavras de Scott Galloway, professor na Stern School of Business da Universidade de Nova York:
“O metaverso é uma promessa e um grande risco.”
Para referenciar o artigo, utilizar:
Cosme, E. (2022). Aulas no Metaverso. Andragogia Brasil. Disponível em: https://andragogiabrasil.com.br/aulas-no-metaverso