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Andragogia e o Triângulo Didático


Ao planejar uma formação de adultos, seja no ambiente acadêmico ou empresarial, surgem perguntas como


“O que se deve aprender?”, “O que propor que o aluno faça?”, “Quais são as melhores atividades para a turma?”. Em outras palavras, queremos saber “O que fará o educador?” e “O que fará o aprendiz?”. É interessante perceber que a pergunta-chave seria: “O que farão ambos para que se atinja a proposta didática?”.

Uma visão atualizada da educação de adultos nos leva a refletir sobre a Andragogia e o Triângulo Didático como um esquema útil para analisar as propostas andragógicas. O triângulo didático é formado por três vértices que são elas: o aprendiz, o educador e atividade. O seguinte desenho representa esse esquema:

  • Propor as tarefas que o estudante deve realizar;

  • Fazer a mediação entre o estudante e a tarefa.


Triângulo Didático  na Andragogia
Triângulo Didático

Seguindo os princípios andragógicos, o educador de adultos estará envolvido no processo de aprendizagem, e dará toda ajuda necessária ao aprendiz na execução da atividade, indo mais além do que apenas acompanhar, avaliar e corrigir. Na Andragogia, o educador conhecerá tanto a tarefa, como o executante da mesma (aprendiz), conhecendo-o, sabendo de suas necessidades e motivações.


O educador não será apenas o comunicador da tarefa, nem um supervisor em sala de aula, ele estará envolvido no processo de aprendizagem e nesse caso, a qualidade do ensino depende muito mais da proposta que faz o educador ao apresentar a atividade, do que da corrente de informação que é capaz de transmitir a seus aprendizes (atividade expositiva).


É importante que o educador seja flexível, que domine as ferramentas e técnicas que possam ser aplicadas em favor da atividade proposta, seja ela de forma individual ou coletiva. Se não conhecemos nossos alunos, como fazemos para definir uma atividade e obter êxito em sua realização? É isso que os conceitos andragógicos defendem, que o educador de adultos saiba para quem está ensinando, quais os estilos de aprendizagens e quais são os saberes prévios.


Além disso, precisamos ser objetivos e focarmos na execução da atividade, sempre lembrando que queremos desenvolver uma competência nos alunos, portanto, é interessante que as atividades sejam tanto teóricas como práticas. É possível? Sim. Com as metodologias e as ferramentas corretas, o educador consegue desenvolver tanto o conhecimento, como habilidades em sala de aula.


É muito comum encontrar nas salas de aula, um educador que passa uma atividade relacionada ao conteúdo abordado, determina um prazo para a conclusão e depois faz uma breve avaliação em cima do que os estudantes realizaram.


Precisamos entender que ao realizar uma atividade, seja individual ou em grupo, um estudante possui algumas variáveis que podem influenciar no desenvolvimento da tarefa. Sejam os conhecimentos prévios que tenha o estudante sobre o tema, a motivação intrínseca ou até mesmo a aptidão pessoal (capacidade) para envolver-se nessa proposta de ensino.


O trabalho do educador ao aplicar uma atividade não termina na proposta da tarefa, mas deve abranger também, o controle do modo em que essas tarefas se convertam em atividades, guiando esse processo. Os estudantes devem aprender fazendo e os educadores são um elemento fundamental para que isso aconteça. Ensinar a aprender é parte do processo de ensino e pode ser concretizado em ensinar a converter boas tarefas em atividades geradoras de aprendizagem.


O que nos diz a Andragogia e o Triângulo Didático é que ninguém está acima de ninguém, que todos estão dentro, que fazem parte do ambiente de aprendizagem. A atividade é tão importante quanto o aluno, assim como o educador. Deixo aqui como um complemento, um artigo que escrevi sobre como definir uma atividade de ensino.

 

Para referenciar o artigo, utilizar:

Beck, C. (2016). O Triângulo Didático: vértice do saber. Andragogia Brasil. Disponível em: https://andragogiabrasil.com.br/o-triangulo-didatico-vertice-do-saber/

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